O impacto da caça das ariranhas para comércio de peles em meados do século passado, que levou ao seu desaparecimento em várias regiões, e sua recuperação populacional posterior são focos dessa pesquisa no rio Içana.
Texto de Natalia Campos Pimenta, Valêncio Walipere Macedo e Glenn Harvey Shepard Jr.
Apresentação
A ariranha (Pteronura brasiliensis) foi a espécie mais impactada pelo comércio internacional de peles do século XX. O alto valor da sua pele e a facilidade de acesso dos caçadores aos ambientes aquáticos foram responsáveis pela severa queda das populações de ariranha em toda a Amazônia, fazendo com que a espécie fosse considerada extinta em diversas áreas de ocorrência histórica (Antunes et al., 2016; Carter & Rosas, 1997). Por ser um predador topo de cadeia1 que se alimenta especialmente de peixe, e sensível às alterações ambientais, a ariranha é considerada uma espécie indicadora de qualidade ambiental e de recurso pesqueiro, o que a torna uma espécie-chave para a conservação dos ambientes aquáticos. Diante da importância ecológica da ariranha, e da ameaça da caça comercial sofrida pela espécie, medidas legislativas nacionais e internacionais foram adotadas para proibir a caça de ariranhas e demais animais silvestres para fins comerciais (Antunes et al., 2014). Cerca de 30 anos após a proibição da caça comercial, as populações de ariranha passaram a apresentar sinais de recuperação na Amazônia (Duplaix et al., 2015).
A extinção local das ariranhas em decorrência da caça comercial do século XX e a recuperação da espécie foi relatada recentemente pelos índios Baniwa que habitam o rio Içana, no município de São Gabriel da Cachoeira (Pimenta, 2016). Conhecendo a relação das ariranhas com o recurso pesqueiro, os moradores locais chamaram a atenção para a necessidade de retomar as atividades voltadas para a criação de um plano de manejo de pesca na região (Kophe Koyaanale) visando regular o uso dos lagos e igarapés de forma sustentável, evitando danos ao processo de recuperação das arira nhas, e consequentemente, garantindo a manutenção do recurso pesqueiro essencial para o povo Baniwa. Nesse contexto é que desenvolvemos uma pesquisa colaborativa entre pesquisadores indígenas e não indígenas, para avaliar as condições ambientais que estão possibilitando a reocupação do território baniwa pelas ariranhas.
A bacia do rio Içana abriga uma grande diversidade de ambientes, formando um verdadeiro mosaico de paisagens que inclui áreas de caatinga (hamáliani), terra-fir me (éedzawa), igapó (álape) e capoeira (heñame). Devido à forte relação das ariranhas com as áreas alagáveis, focamos este estudo no Médio Rio Içana, região dominada por igapós, que ali correspondem a áreas de solos arenosos pobres em nutrientes e cobertos por vegetação do tipo campinarana sazonalmente inundada por água preta, formando lagos e igarapés relativamente ricos em peixe (Shepard et al., 2004). A “região dos lagos”, como também é conhecida, abriga as nove comunidades baniwa que participaram deste estudo: Jandu-Cachoeira (1), Tucumã (2), Bela Vista (3), Urumutum Lago (4), São José do Ayari (5), Loiro Poço (6), Tarumã (7), Arapasso (8) e Santa Marta (9) Ver mapa da Figura 1.
Desenvolvimento da pesquisa
A volta das ariranhas à região dos lagos do rio Içana foi trazida à tona em julho de 2014 através dos alunos da Escola Indígena Baniwa e Coripaco Pamáali (EIBC Pamáali) e pesquisadores indígenas da região. A partir de então iniciou-se uma articulação entre lideranças indígenas da Organização Indígena da Bacia do Içana (OIBI), Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e representantes do ISA para a elaboração de um projeto de pesquisa intercultural que contribuísse para o avanço do plano de gestão ambiental e territorial na Terra Indígena Alto Rio Negro. Ainda no mesmo ano, a proposta foi apresentada e aprovada pelos moradores do rio Içana durante assembleia geral promovida pela OIBI. Em abril de 2015 realizamos uma viagem ao Médio Rio Içana para debater a pesquisa com as comunidades locais. Nesta viagem, guiada por Armindo Brazão (comunidade Tucumã), realizamos a seleção das comunidades e dos lagos e igarapés que seriam incluídos na pesquisa. Esta seleção foi feita juntamente com o pesquisador indígena Valêncio Macedo (comunidade Urumutum Lago), que ficou responsável por coordenar a pesquisa em âmbito local, devido a seu amplo conhecimento sobre a região dos lagos obtida durante o desenvolvimento de pesquisa voltada para o manejo de pesca na região (Kophe Koyaanale).
A pesquisa realizada no Médio Rio Içana ocorreu entre os meses de setembro e novembro de 2015. Durante este período realizamos entrevistas com os moradores buscando reconstruir a história oral dos Baniwa acerca da ocupação do território pelas ariranhas, desde sua origem até os dias atuais. Neste momento, as entrevistas foram direcionadas aos moradores mais antigos, conhecedores das histórias sobre a origem do universo baniwa, e que chegaram a participar da atividade de caça comercial na região. Foram eles: Alberto Lourenço (86 anos, Jandu Cachoeira), Pedro Brazão (73 anos, Tucumã), Gregório Guilherme (90 anos, Bela Vista), Eugênio Macedo (64 anos, Urumutum Lago), Isaias Macedo (59 anos, Urumutum Lago), André Lopes (68 anos, Tarumã), Edinaldo Macedo (64 anos, Tucunaré Lago), Lúcio Paiva (64 anos, Arapasso), Gabriel Paiva (61 anos, Arapasso), Januário Fontes (54 anos, Santa Marta) e Armando Fontes (65 anos, Santa Marta).
A recuperação de uma espécie localmente extinta depende da capacidade dos animais se moverem de locais distantes até as áreas impactadas pela caça, através da paisagem formada por diferentes tipos de vegetação e canais de água. Para compreender o efeito da paisagem no processo de recuperação das ariranhas, realizamos o monitoramento de 35 lagos e igarapés em busca de sinais diretos (grupos de ariranhas ou animais sozinhos) e indiretos (pegadas, fezes, toca, áreas de repouso e sinais sonoros) da ocorrência de ariranhas. Durante o monitoramento, registramos o tipo de hidrografia (lago ou igarapé) e de solo (arenoso, argiloso ou misto), inclinação do barranco, profundidade e transparência da água. Através de imagens de satélite calculamos o perímetro, área, forma, porcentagem de área alagável e isolamento do corpo de água2. A densidade de ariranhas (no registros/km percorrido) foi então confrontada com os dados das características ambientais, possibilitando a identificação das características essenciais para a ocorrência de ariranhas na região.
Todas as entrevistas foram intermediadas pelo pesquisador indígena Valêncio Macedo, que também teve papel fundamental na organização logística e coleta de dados dos monitoramentos dos lagos e igarapés estudados. As atividades de monitoramento foram acompanhadas pelos demais colaboradores da pesquisa, que atuaram como informantes e representantes das comunidades locais na coleta de dados: Alípio dos Santos (Bela Vista), Juarez Paiva (Arapasso), Jaime Fontes (Santa Marta).
História da ocupação do médio rio içana pelas ariranhas
Segundo os moradores mais antigos do Içana, a origem das ariranhas ocorreu na época em que Ñapirikoli, criador do mundo e de todos os seres, vivia na Terra. Neste período os animais ainda não existiam e havia muitos homens estudando para se tornarem pajés. Um dia Ñapirikoli reuniu todos os candidatos a pajés para o ritual de iniciação, que consiste na invocação dos espíritos que lhes conferem poder de cura. A iniciação se dá através do uso do dzáato (em português, paricá) – produto preparado a partir da casca de uma grande árvore que quando moído e inalado é capaz de provocar visões. Ñapirikoli acendeu seu cigarro e soprou o paricá em cada um dos candidatos, que tiveram reações bastante distintas. Alguns tiveram fortes alucinações, mas conseguiram dominá-las e permaneceram ao lado de Ñapirikoli. Esses se tornaram os pajés que vemos hoje nas aldeias cuidando das pessoas. Outros não conseguiram dominar as fortes alucinações e saíram descontrolados em diferentes direções. Aqueles que saíram voando se transformaram em Píittiri (morcego), tornando-se pajés das aves. Outros saíram correndo mata adentro, transformaram-se em awakaróna (curupira) e se tornaram pajés dos animais da floresta. E aqueles que correram para o rio se transformaram em amána (boto), pidoo (lontra) e ñeewi (ariranha) e se tornaram pajés das águas, responsáveis pela saúde dos peixes.
Assim como os peixes, as ariranhas são capazes de se locomover por todo ambiente aquático. No entanto, a atividade de caça visando o comércio internacional de peles intensificada por volta de 1950 no rio Içana foi responsável por diminuir a ocorrência de ariranhas na região. No início da década de 1960 era comum ver o rio Içana movimentado por barcos regatões a serviço da empresa J.G. Araújo Ltda. em busca de couros e peles de ariranhas, lontras, onças, maracajás e jaguatiricas. Na época, a caça de ariranhas era realizada principalmente nos grandes lagos, mas grandes grupos de ariranhas podiam ser vistos em todos os lagos e igarapés da região, e até mesmo nas margens do rio Içana. Incialmente a caça no território baniwa era feita utilizando arco e flecha ou a armadilha de pesca conhecida por dzaarokana (matapi) na entrada da toca de ariranhas (Figura 5). Entretanto, o pagamento das peles através de cartuchos e espingardas fez com que as técnicas tradicionais de caça fossem rapidamente substituídas pelo uso de armas de fogo.
O aumento da caça predatória espantou as ariranhas do Médio Rio Içana. O poder dos pajés permitiu que elas se tornassem invisíveis aos olhos dos seus inimigos, fazendo com que não pudessem mais ser encontradas pelos caçadores. No início da década de 1970 já não havia mais ariranhas nem comércio de peles na região, pois sem a pele mais valiosa a atividade deixou de ser considerada rentável pelos Baniwa. Os raros relatos de encontros com ariranhas se resumiam às áreas de cabe ceiras dos rios Aiari e Içana ou nas cabeceiras de longos igarapés. Nesta época em que as ariranhas deixaram o Médio Rio Içana, houve também o desaparecimento dos peixes da região. Alguns moradores antigos relatam que a redução do estoque pesqueiro se deu pela inclusão das malhadeiras na atividade de pesca, trazidas pelos regatões no início da atividade comercial no Içana. Outros dizem que o sumiço das ariranhas foi a principal causa da redução de peixes na região, pois eles teriam seguido seus pajés até as inacessíveis cabeceiras dos igarapés (Figura 6). A proibição do comércio de produtos feitos a partir de animais silvestres em 1975 foi responsável pela diminuição da pressão de caça por peles em toda a Amazônia. E por não fazer parte da dieta dos Baniwa, ariranhas nunca mais foram caçadas no rio Içana mas só voltaram a ser vistas na região cerca de vinte anos após o fim da caça comercial no rio Içana (1990). Hoje elas não são tão comuns como antigamente. Geralmente são encontradas nos grandes lagos e em grupos pequenos, indicativo de que este é apenas o início de um processo de recuperação populacional da espécie. No entanto, os sábios pescadores afirmam que com o retorno das ariranhas à paisagem baniwa os outros peixes também estão voltando, seguindo seu pajé.
A existência de seres que protegem os recursos naturais da floresta é bastante comum nas sociedades indígenas da Amazônia (Fausto, 2008), e vai de encontro à presença da ariranha como pajé das águas, que confere proteção aos ambientes aquáticos e sua fauna. Soma-se ao fato dos Baniwa serem exímios pescadores e conhecedores do ambiente aquático, evidenciado não apenas pela reconstrução da flutuação das populações de ariranhas em seu território, mas também pela relação de equilíbrio entre presa e predador evidenciada na descrição da distribuição de ariranhas vinculada à flutuação nas populações de peixes no Médio Rio Içana ao longo do período estudado. Tais relatos demonstram amplo conhecimento sobre a espécie, que possibilitou o resgate da história de ocupação do seu território tradicional pelas ariranhas.
Quando comparamos o mapa da distribuição atual da espécie construído com base em relatos de avistamento de ariranhas pelos pescadores baniwa com o mapa construído a partir dos sinais de ocorrência de ariranhas encontrados durante o monitoramento dos lagos e igarapés da região (Figura 7), vemos que existem poucas diferenças, confirmando novamente a precisão do conhecimento indígena sobre os recursos existentes em seu território. As poucas diferenças encontradas entre os mapas (destacadas em azul) podem estar ligadas às preferências de locais de pesca: há maior número de relatos de encontro de ariranhas nos grandes lagos que são locais mais usados pelos pescadores (ex: Kakairphir, Dzapakarettani, Lidhiapami), e que estavam ainda muito cheios no período do estudo, dificultando o encontro de ariranhas durante as amostragens ecológicas. Enquanto isso nós registramos um maior número de ariranhas nos longos igarapés (ex: Dzepea, Ttdziali, Weema) que neste período encontravam-se bastante secos, o que dificulta o seu acesso para a atividade de pesca, e por isso devem ser locais menos frequentados pelos pescadores.
Aproximando os relatos de ocorrência de ariranhas por pescadores às análises de dados ecológicos de lagos e igarapés, vemos que o processo de recuperação das ariranhas não está completo, mas está ocorrendo em praticamente toda a região do Médio Rio Içana. Esta recuperação só foi possível pela presença de áreas de refúgio nas cabeceiras dos longos igarapés, onde as populações puderam se manter enquanto havia caça na região. Essas áreas entre rios e de cabeceiras são indicadas como áreas de abrigo e reprodução da fauna por serem de difícil acesso a caçadores (Peres, 2000). Esses locais identificados pelos Baniwa (ex: cabeceira do igarapé Tucano, Pamáali e Uarana) permitiram a recuperação das populações de ariranhas no médio Içana, uma vez a atividade comercial proibida e reduzida a pressão de caça sobre a espécie.
O retorno das ariranhas à paisagem baniwa
É fato que as ariranhas estão retornando ao Médio Rio Içana, mas como podemos garantir o sucesso dessas novas populações na região? A paisagem é um dos fatores mais importantes para a reocupação de uma área por uma espécie que havia sido extinta. Nesse sentido, os resultados desta pesquisa indicaram que o baixo isolamento do corpo d’água é o fator mais importante para a ocorrência de ariranhas no Médio Rio Içana, seguido pela profundidade da água, quantidade de área alagada e forma do corpo d’água. Assim, a paisagem favorável para as ariranhas do Médio Rio Içana é formada por grandes áreas de floresta alagada, ambientes estreitos e rasos e, principalmente, que estejam conectados, seja por varadouros, paranás ou mesmo pequenos igarapés que liguem um lago/igarapé a outro.
Geralmente a área de vida3 e a área de uso4 da fauna varia de acordo com o tamanho do animal, ou seja, grandes animais precisam de mais espaço que animais pequenos. No caso das ariranhas, sua área de vida durante o período de seca em regiões de lagos naturais da Amazônia é estimada entre 0,5 e 2,8 km2 (Staib, 2005; Utreras et al., 2005), e sua área de uso entre 0,1 a 1 km2 (Groenendijk et al., 2015; Staib, 2005), que parecem bastante reduzidas quando comparado a outros animais do mesmo porte, como por exemplo a onça, que usa uma área até 30 vezes maior que as ariranhas ao longo da sua vida (Eisenberg & Redford, 2000). Essa diferença na área de vida e de uso das ariranhas em relação a outras espécies terrestres deve ser justificada pela importância da ligação entre os corpos d’água e à necessidade de grandes áreas de floresta alagada para sua ocorrência, reafirmando que a capacidade de se movimentar das ariranhas é limitada ao ambiente aquático, ainda que também seja capaz de andar por terra.
Nas tabelas acima vemos que 7 dos 10 corpos d’água que apresentaram maior ocorrência de ariranhas são igarapés (Tabela 1). Os igarapés são geralmente ambientes mais rasos e alongados que os lagos, características que podem influenciar a ocorrência de ariranhas devido a suas exigências alimentares. Corpos d’água alongados são geralmente mais estreitos, fazendo com que as copas das árvores se encontrem e o canal de água fique quase todo coberto pela vegetação. Esta característica gera uma maior variação de pequenos ambientes nas margens dos corpos d’água, favorecendo uma maior diversidade de fauna aquática. Por ser um animal territorial5 e que se alimenta principalmente de peixes, é possível que a ocorrência de ariranhas esteja ligada a corpos d’água mais alongados devido à preferência da espécie em manter como seu território áreas com maior quantidade e variedade de recurso pesqueiro. Já a ocorrência de ariranhas em ambientes rasos estaria relacionada com a facilidade de visualização e captura de peixes (Lima et al., 2012), contribuindo para o aumento do sucesso na pescaria, necessário para atender à alta demanda energética da espécie que pode consumir até 3kg de peixe por dia (Carter et al., 1999). Sendo assim, mais uma vez ressaltamos a importância desses pequenos corpos de água para recuperação das ariranhas no Médio Rio Içana.
Considerações para o manejo de pesca
A apresentação das ariranhas como pajés das águas, responsáveis pela saúde e flutuações nas populações de peixes, mostra que o conhecimento indígena vincula observações do ambiente e visões de mundo. O diálogo entre modos de conhecimento nos permite aprofundar o olhar sobre as formas de manejo da natureza pelos povos indígenas. Neste estudo, a união de saberes possibilitou gerar instrumentos para um plano de manejo de pesca do Médio Rio Içana, e também sugerir medidas para a conservação da espécie em áreas alagáveis da Amazônia. Sugerimos que os igarapés bem conectados a outros corpos d’água sejam levados em consideração como potenciais áreas de preservação no Médio Rio Içana, sendo esta uma forma de resguardar as populações de ariranhas e peixes em recuperação na região e evitar possíveis conflitos entre as ariranhas e a atividade pesqueira. No entanto, a escolha destes locais partirá dos próprios moradores, que devem levar em consideração tanto a conservação das ariranhas como o bem-estar dos Baniwa.
Agradecemos à The Rufford Foundation pelo apoio financeiro e à Idea Wild pela doação dos equipamentos usados durante esta pesquisa. Também agradecemos ao Adeilson Lopes e ao Beto Ricardo do Instituto Socioambiental pelo apoio técnico e intermediação com as lideranças indígenas; ao Domingos Barreto, Isaias Fontes e André Baniwa da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), e Organização Indígena da Bacia do Içana (OIBI), respectivamente, pelo incentivo para realização desta pesquisa; ao Seu Armindo Brazão, nosso guia, tradutor e companheiro no Içana. Especialmente, agradecemos às famílias das comunidades Jandu Cachoeira, Tucumã, Bela Vista, Urumutum Lago, São José do Ayari, Arapasso, Tucunaré Lago, Tarumã e Santa Marta por sua hospitalidade, interesse e contribuições para este estudo.
Notas
1. Espécies que se alimentam da carne de outros animais, mas não serve de alimento para nenhum outro animal silvestre, ou seja, está no topo da cadeia alimentar. Também são predadores de topo o jacaré, o boto, a onça e os seres humanos.
2. Considerando que as áreas de floresta inundada são ambientes ideais para as ariranhas, calculamos a quantidade de área alagável existente no entorno do corpo d’água. Considerando que as ariranhas se movem principalmente pela água, calculamos o isolamento do corpo hídrico pela distância de um lago/igarapé a outro. Para mais informações sobre as medidas de paisagem obtidas por imagens de satélite ver minha dissertação de mestrado “O Retorno das Ariranhas à Paisagem Baniwa” (Pimenta, 2016).
3. Área usada por um animal ao longo de toda a sua vida.
4. Área usada diariamente por um animal.
5. Animais que escolhem uma área para se fixarem por um período de tempo, e que defendem este espaço de outros animais da mesma espécie.
Fonte: PIMENTA, Natalia C.; MACEDO, Valério W.; SHEPARD JR., Gleen H. A volta do pajé das águas ao território baniwa. Aru, Instituto Socioambiental v. 1, n. 1, p. 149-159, out. 2017.
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